acordo na hora do fígado
mesmo haverá pouco o que fazer
esfregar com o vidro
d'água o ressecamento do sono
o vício da meia-luz
alastro água pelos pulmões
eu e você nos adiantamos a dizer a lua que ninguém
vê, aquela pedra de prata
urgente a rasgar o cansaço sob a cidade
desperta
a fome o apagamento
as falas entrecortadas
(um momento cristão)
você parte numa caravana voadora
eu estou na hora do fígado
enrodilhada como hera
este desígnio a borrão
deixar resmas, não seguir
desígnio em que horas, anteriores
se transviassem
em calidez intóxica
e não mais sozinha
a madrugada
e seus arrependimentos
Nenhum comentário:
Postar um comentário